quarta-feira, 23 de agosto de 2017

"GUERRA NO RIO - TRÊS MIL PMs DESLOCADOS DAS UPPs PARA O ASFALTO"



“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)





O título é do Jornal EXTRA de hoje, dia 23 de agosto de 2017, marcando quase dez anos em que esse programa operacional foi inaugurado como "salvação da lavoura" a partir do acontecido no Morro Dona Marta, numa das maiores farsas a que o RJ foi submetido por um governo venal, cujo cabeça se encontra preso por centenas de crimes de corrupção, isto sem falar no crime por ele perpetrado contra a instituição PMERJ, esta que, ao aceitar passivamente o que a doutrina operacional de polícia administrativa preventiva condena, responde hoje por um número absurdo de assassinatos de PMs pelo tráfico, somando quase uma centena só neste ano de 2017.
Nada ocorreu ao acaso e muitos pontos obscuros marcam a administração Cabral/Beltrame nesses tempos de Copa do Mundo e Olimpíadas, conforme reiteradas vezes eu aqui reclamei em artigos sequenciais que, como diferença do título da matéria do Jornal EXTRA, apenas se nota a inversão (RIO EM GUERRA). Enfim, de uma maneira ou de outra o centro da discussão permanece o da inegável "GUERRA", que, ainda por frouxidão de políticos envolvidos em roubalheiras desde o Planalto Central e seus palácios até as prefeituras municípios do RJ e algures, alguns ricos e outros pobres, mantém-se espantosamente ignorada e tratada como esparadrapo em fratura exposta.
O Jornal EXTRA sem dúvida tomou para si a dianteira da solução, que, como venho sugerindo aqui faz tempo, é o recuo e a reorganização dos efetivos da PMERJ em vista do enfraquecimento do policiamento preventivo-repressivo que se evidencia no asfalto, com a morte não apenas de PMs, mas de civis, durante roubos perpetrados por bandidos armados até com fuzis, não sem ceifarem pessoas indefesas, um absurdo jamais visto no RJ.
Trata-se, tecnicamente, de um cenário de Grave Perturbação da Ordem Pública, situação que demanda medidas operativas para a sua restauração, sendo certo que tecnicamente essas medidas não cabem no contexto da normalidade legal, mas no da exceção legal (ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO), que precisa ser assumida pelos poderes constituídos nos termos da Carta Magna.
O Jornal EXTRA de hoje, que também muito abanou no passado as UPPs, pelo menos retoma em seriedade o assunto sob sua ótica real, a de hoje, que se resume à inegável falência de um modelo de policiamento mais que conhecido pela corporação (DPOs comuns no interior do RJ) e que somente mudou de nome para ser encaixado em favelas na Capital das Olimpíadas e da Copa do Mundo, "Cidade Maravilhosa" que hoje capenga com suas pernas enfraquecidas, em espantosa entropia consequente da absurda criminalidade geral, que tem como mola propulsora o tráfico de drogas, tentáculo do tráfico internacional de drogas e armas.
Não será fácil e talvez seja impossível restaurar esta situação de Grave Perturbação da Ordem Pública com um Poder Judiciário fraco e  um Ministério Público distante da realidade, minado por ideologias, e hostilizando uma polícia que morre diariamente, mas não pode matar. Sim, porque não há o reconhecimento oficial (de natureza constitucional) de que o RJ vivencia uma GUERRA. Não se trata mais de   cenário de Perturbação da Ordem Pública em que leis comuns, mesmo assim, só alcançam os integrantes do próprio sistema situacional, enquanto os malfeitores se mantêm livres e indiferentes a quaisquer atos prisionais. Cá entre nós, muitos deles ignorando a própria morte. 
Não há mais como desconhecer este cerne da questão e torcer para que tudo se normalize na superfície, como um milagre, empurrando a grande sujeira para baixo de tapetes. Mas é o que fazem até agora, como se pode observar com a soltura de milhares de bandidos por via de prêmios de "dia das mães ou de pais" em que dos milhares que eventualmente se livram de seus grilhões poucos retornam do mundo do crime a que por benesse legal tiveram acesso. Mas isto não é problema para os aplicadores das leis, é problema para a polícia e para a população, esta que, porém, mais frouxa ainda, finge que não sabe ou que não vê o perigo que a ronda em volume maior, tal como a represa que transborda e costuma explodir em enxurrada fatal.
Vemos agora o primeiro passo da homeostase desse sistema que se encontra no fundo do poço da entropia. Tudo bem, é um importante primeiro passo, mas que não elimina as responsabilidades anteriores. Afinal, são muitos PMs que perderam a vida sem escolha e alguém precisa pagar por isso, já que o modelo feriu a doutrina de funcionamento da PMERJ e levou esses PMs, muitos deles jovens e inexperientes, à morte. Sim, este foco não pode entrar em fade e desaparecer, como desapareceram os corpos mortos e suas almas. Um diagnóstico deve ser feito sob a ótica da exposição a perigo esses PMs, homens e mulheres, que perderam a vida nesta GUERRA finalmente assumida por parte da mídia sem muita contestação. Em contrário, há muita aceitação desta realidade, que antes de mais nada foi provocada por gestores irresponsáveis que só visavam a votos eleitorais e roubalheiras. Essa turma nojenta deve ser trazida à lide, não pode ficar à parte como se nada tivesse com o problema. Afinal, todos se lembram quando o gestor maior, o governante Sérgio Cabral, vociferou diante de 19 bandidos mortos pela PCERJ em confronto no Complexo do Alemão: "É ENFRENTAMENTO MESMO!". Mas ele, meses depois, aclamaria aos quatro cantos sua mui articulada "PACIFICAÇÃO" em meio a uma situação que já era de GUERRA!


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